uma boca cheia de palavras

domingo, 21 de fevereiro de 2010

"amo-te"

Um leve sussurro fez desabar o meu imperfeito mundo. “Amo-te” – disseste-me com uma suavidade surpreendente, eras irreal, só o podias ser. Envolveste-me com uma torrente de belas e doces palavras: “És a vida. A minha base. Amo-te”. Estava completamente perdida. Queria acordar deste sonho que não tinha fim, queria voltar ao meu mundo, ao meu imperfeito mundo.

Fiz um gesto de reprovação, e com esplêndidos sentimentos agarraste-me com tanta firmeza, não conseguia sair daquele momento. Estava aturdida, como se tivesse mergulhado num mar de tentações reinado por ti. “Abre os olhos! Acorda!” - gritei para mim, num grito surdo que não conseguias ouvir.

Não, eu não queria acordar, não queria deixar voar o meu sonho.

Voltaste a sussurrar: “És o meu mundo.” Comecei a conter as lágrimas que querias que derramasse. “Nunca me deixes” - pensei. Quem era eu? Já não me conhecia, tu tinhas-me baralhado com tamanha astúcia.

Era inevitável. As lágrimas inundaram os meus olhos. Tocavam-me na pele queimando-me. A dor que sentia fez-me perceber que tudo era real. Agora não tinha medo que o sonho acabasse, mas sim medo de te perder.

Num acto desesperado agarrei-me ao que me dizias com cuidado e determinação. Já não queria esquecer. Queria parar neste momento. Queria viver isto, vezes sem conta.

Notei que as tuas palavras transformavam-se em sentimentos quando alcançavam o meu coração. Peguei-te na mão e conduzi-te à minha varanda, e gritei ao mundo que era feliz.

Βγ βεατяιz Ѕιποεs

Uma noite de Luar

Enquanto admirava as estrelas, percebi que tudo estava interligado. Reparei no contraste que o escuro do céu fazia com o brilho das maravilhosas estrelas, na harmonia das nuvens que viajavam pelo infinito azul. A sincronia que havia entre o vento e a dança das leves flores era esplêndida. Desejei que aquele momento não acabasse.
A alegria dos pequenos pirilampos, a discrição dos tímidos grilos, a ousadia dos gatos a comporem serenatas para conquistarem o amor sob a lua. Ambiente magnífico, que presenciei naquela aconchegante noite. Tudo se completava… A solidão era posta de parte, pois era numa noite de Verão que o mundo se unia num laço perfeito de amizade.
Aquele céu azul convidava-me para mergulhar numa dança que não teria fim. Lua Cheia, Lua Encantada. Rainha da Noite que sorria a tudo o que era extraordinário e oferecia brilho num acto altruísta, fazendo com que aquele momento fosse mágico.
Poderei dizer que foi numa bela noite de Verão que entendi que nem tudo é amargo, que a noite não é um momento de infelicidade e isolamento, apenas depende da maneira como interpretamos as situações. Eu tive um ponto de vista diferente de todos, o que me levou a perceber melhor a essência de uma sublime Lua Cheia.

Um pensamento escapou-me como um sussurro:
“Se tudo se completa, se tudo se une, onde está a peça ideal que se encaixe a mim de maneira a fazer com que tudo seja perfeito?”
Talvez estivesse a sonhar mas, tinha a esperança que um dia encontraria o que desejava.
Não sei se foi por puro acaso, se por teres ouvido o meu leve sussurro, mas quando entraste no meu sonho, já o puzzle estava completo, eras tu a peça que faltava.
As noites tornaram-se ainda mais deslumbrantes ao saber que estavas ao meu lado para as admirar, e notar o que havia de mágico.
E assim um ano passou a adorarmos juntas as nossas noites de sonho com a Lua Cheia a proteger-nos com o seu brilho. Um ano passou a imaginarmos o nosso mundo ideal com bastantes cores e com a única perfeição existente: tu. 365 Dias a dividirmos tristezas e a multiplicarmos felicidades.
O tempo que não estou contigo transforma-se em séculos ao notar o quão estás longe.


Βγ βεατяιz Ѕιποεs

Etapas

O fim de uma etapa é consequentemente o início de uma nova. Por cada passo que dou, por cada movimento que faço, estou a tomar decisões que nunca mais serão escolhidas. As lágrimas que correm na minha branca e imperfeita cara, tornam-se num apoio e fortalecimento da minha força psicológica. Não desistirei de tudo por apenas desilusões causadas por imagens que com tempo se apagam, por palavras que com ajuda se esquecem.
Há momentos demasiado fortes para serem escondidos, demasiado importantes para deixá-los à deriva das vagas.
É por tudo o que construí, é por tudo o que sonhei, que actualmente quero ser alguém diferente, é pelo meu império de momentos felizes que tive, que desejo ter comigo quem me é mais querido.
Todas as noites uma tristeza visita a minha mente, e nessas noites fecho-lhe a porta de acesso às minhas memórias mais felizes.
Devo tudo o que sou hoje às desilusões que tive, às lágrimas que me fizeram derramar.
Por tudo o que passei agradeço e não guardo ressentimento a quem me magoou. Agradeço pela força que me fizeram ganhar enquanto me queriam rebaixar. Obrigado.

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O Relógio

O relógio nunca esteve tão adormecido. As demoradas horas obrigam-me a ter saudades que não quero aceitar. Pedem-me a paciencia que perdi quando mergulhei nos teus olhos. Os duas aprisionam-me proibindo-me de te ver. Mas guardo memórias da sensação dos teus lábios nos meus, do toque das tuas mãos em mim, do teu perfume a envolver-me levando-me à loucura. Não consigo evitar o desejo de te admirar, de te tocar, mas guardo cada momento como se fosse o último.

Βγ βεατяιz Ѕιποεs

Diz-me.

O que um olho vê, o outro esconde.
O que um coração sente, o outro guarda.
O que uma dor provoca, a outra cura.

O tempo é eterno, e inevitável. Dúvidas são muitas, mas as poucas certezas que tenho são bastante fortes. A dor é um entretenimento cansativo mas tão preciso. A lágrima que aparece traz consigo encantos e inocência. Quanto mais chorares mais coragem e força obtens. A raiva, a inveja e os ciumes são apenas estações passageiras, e em breve alcançarás a felicidade. Constrói o teu céu, enche o teu mar, cria o teu estilo de vida. Tenta entrar no teu mundo, e verás que será mais fácil o acesso ao mundo dos outros.

Canta, pinta, sorri, grita, chora...Diz-me que será o inicio de uma nova etapa, que correrás atrás dos teus objectivos, que encontrarás a tua verdadeira personalidade. Embate em dificuldades, e vence-as, voa em ofertas e aceita-as, guarda os erros e aprende com eles. Entende-te e perceberás o mundo.

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Pedido de Apoio

Posso estar a abusar, dás-me a mão e eu já quero o braço. Posso estar a ser inoportuna, pouco ponderada, nada consciente do que te vou pedir. Mas peço, peço para ter a certeza que após catástrofes estarás disposto a ouvir-me, a perceber-me, a fazer-me rir. Digo-te para que nunca caias em redes de esquecimento. Lembro-te para saberes que é apenas porque sim, mas é importante. Se mudar, se disser algo que te ofenda, se fizer algo que te magoe, peço para me desculpares. Se tentar fugir, se me tentar esconder, peço que me apoies aconteça o que acontecer.

Se perder a batalha e ainda faltar a guerra, espero que estejas a meu lado, para que consiga lutar e conquistar. Não, o meu intento não é deliciar-te com palavras simpaticas, não é querer impressionar-te, apenas quero ser verdadeira. Apenas quero ter a certeza que te disse isto, pelo menos uma vez, é simples mas importante, eu amo-te, e agora desempenhas um papel importante na minha vida. Quero-te ao pé de mim. A fazer-me sorrir, chorar, gritar, como só tu sabes fazer. Mas eu quero-te porque agora preciso de ti. Tu fazes-me feliz.

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Jogo de Futebol.

Sempre a jogar atrás, mas arrisquei, mudei a estratégia. Joguei ao ataque e enfraqueci a defesa. Dei-me de corpo e alma a este ataque mas infelizmente sofri golo. Para não perder o jogo de novo recuei, e da defesa não vou sair até encontrar uma estratégia em que possa marcar sem sofrer. Mas vou marcar, vou empatar e mais tarde ganhar. Vencer e poder valorizar a defesa a que me submeti. Mas ainda bem que ataquei, que arrisquei, que sofri, posso afirmar que vivo mais intensamente as emoções em campo do que na bancada.

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Apaixonada? Talvez...

O meu estomâgo transforma-se num pequeno jardim de flores, atraindo borboletas. O meu olfacto está sempre desejoso de voltar a sentir o seu perfume subtil. Os meus olhos anseiam admirar de novo aquele sorriso. Os meus lábios querem encontrar aquela face tão limpa de lágrimas, querem provar a boca dele. Quando está perto...Quando está longe. Mas a mente... a mente que comanda todos os impulsos, recomenda olhar o solo para evitar algo em que possa tropeçar e consequentemente cair. Ordena esquecer todo o resto, obriga-me a ser consciente e ponderada, mesmo que não o queira ser. Então só me resta mar em segredo, só me resta ter saudades e enganar o meu pensamento com assuntos fúteis, com miseros problemas. E assim vivo aquilo que sinto. Sinto mas não digo.


Βγ βεατяιz Ѕιποεs

"Era uma vez..."

Era uma vez uma ingénua, e inocente menina’.

Todas as histórias perfeitas começam com “era uma vez”. E se não foi uma vez? E se acontece milhares de vezes e nem notas?

A menina inocente e ingénua já não existe. Cresce, torna-se aparentemente perfeita, e tenta ser feliz, mas não consegue. Acreditava em contos de fadas, e ao pensar que era com a sua beleza que atingiria a felicidade, enganou-se e já caiu na realidade. Mas infelizmente para meninas bonitas, a realidade é muito limitada.

Arriscou, apaixonou-se, e a inocência de novo apareceu. Acreditou em todas as simples palavras que ele dizia. Acreditou no seu amor eterno, no seu porto seguro que a protegia dos seus medos e segredos. Mas tudo muda, e então tudo mudou.

O ‘príncipe’ que existia desapareceu. As palavras doces evaporaram-se. Os beijos, os abraços foram trocados por afectos falsos. Os dias tornaram-se pesados, e a felicidade começou a decair.

Não foi uma vez, nem nunca será.

A inocência desapareceu, a tristeza perdurou.

De olhos brilhantes, e com a voz rouca, gritava num silêncio ruidoso pela felicidade, mas esta virou-lhe as costas. E assim ficou alagada de lágrimas, e desesperos, à espera de algo inesperado.


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Um final feliz

Era uma vez uma menina, só mais uma menina no meio de tantas, que vivia em ilusões e sonhos. Admirava muito o seu amiguinho, um rapaz incrível (: Era perfeito, de mais para aquela menina vulgar, igual a tantas outras. Mas mesmo assim ela tinha esperança de um dia ser notada por ele. E assim passava os seus dias, a sonhar acordada, sem ter o seu futuro traçado. Ele era o seu porto seguro, com ele chorava, ria, resmungava. Tudo era ideal, a amizade, o amor. Era um “D.Juan”, e desde o inicio que a menina sabia que a hipótese de ser feliz com ele, era de uma num milhão. Mas deixava-se ir no mar de palavras queridas que ele dizia, deixava-se iludir só porque sim. Tudo corria às mil maravilhas quando percebeu que se tinha apegado tanto àquele rapaz, que tinha medo de se magoar. Mas não o demonstrava. O rapaz lá no fundo gostava dela (;b) mas não confessava, e por medos e incertezas os dois continuavam a amar-se em segredo. Final feliz? Talvez o tenham, mas nunca se sabe. A felicidade está nas mãos deles, agora o final só saberemos quando nos contarem.

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Felicidade em Ligação

Há pessoas felizes porque nasceram no seio da felicidade, outras conquistam-na e ainda existe quem seja feliz mas só em sonhos. Sonhos baços e de poucos segundos que quando se apagam não voltam. Mas os sonhos baseados na felicidade, tão ansiados e desejados nunca são esquecidos, porque quem os tem, alimenta-os para que nunca se apaguem. Mas sabem, o sofrimento é uma coisa estranha, quando o coração se parte é muito difícil voltar a ser o mesmo, pode ficar deformado e bastante contuso, a sensibilidade anterior torna-se mágoa e raiva. Ficam prisioneiros de uma ferida que ganha crosta, mas por vezes infecta-se então terá de ser removida e cuidada, fazendo com a ferida nunca sare correctamente. Mas quem tem esperança nunca está prisioneiro de um sofrimento, pode sempre enfrentar os problemas com um sorriso na cara, e uma lágrima no olho. É tudo um mal entendido, se alguém está magoado irá provocar dor a quem lhe desejar bem, e este por usa vez de tão confuso que está fará o mesmo à primeira pessoa que se aperceber da situação em questão, e tudo devido a uma ferida mal curada que deverá ser esquecida com a ajuda da esperança. Todos os mal-entendidos são resolvidos: quem nasceu no meio de um ambiente feliz, ajudará os outros a conquistar a felicidade e juntos poderão realizar os sonhos dos mais ressentidos. Então poderemos dizer que nada vem por puro acaso, que a vida está repleta de coincidências e será assim que o puzzle se completará. Afortunados, conquistadores e sonhadores lado a lado para dominar a felicidade e a cura para todos os ferimentos. A solidão está condenada pela união de elos fortes (:


Βγ βεατяιz Ѕιποεs

Pequenos Prazeres da Vida

Pequenos prazeres da vida, que marcam grandes escolhas. Sou drogada de emoções, enlouqueço com paixões, vicio-me em discussões. Alcoólica de lágrimas, fumadora de pensamentos * A vida, pequena caixa de Pandora que esconde segredos e medos. Voam em segundos, aterrorizando ou encantando durante tempos infinitos * Pequena caixa da tentação. E então, não é para ser tentado? Fruto proibido que nunca chegamos a alcançar. A vida não é garantida, não é precisa, não é destinada. Sofro? Luto contra a dor. Enlouqueço? Deixa-me ser louca, e viver irrealidades. Amo? Alcanço a felicidade. Pequenos sorrisos, pequenas lágrimas, pequenos gritos de saudade. Tudo marca uma vida passageira. O limite não tarda a aparecer. Então choro, então sorrio, então grito. Represento nesta peça que é a Vida

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Relação Agridoce

O dia tinha tudo para ser normal, vulgar, como tantos outros. O sol escondia-se durante segundos atrás das nuvens, e por vezes espreitava para ver quem passava. O vento acariciava os rostos de quem passeava naquela tarde de Outono, e o calor estava a perder a força. Foi por acaso, por mero acaso.

O rodopio que existia nas pequenas ruas era tal e qual a dança das folhas nesta época. Loucas, extrovertidas beijavam o vento, e deixavam-se cair no chão, numa queda suave e imponente. As ruas eram demasiado estreitas, obrigando as meninas a dançarem entre a multidão. Eram minúsculas mas ninguém esbarrava em ninguém, ninguém comunicava com ninguém, o silêncio vivia ali. A comunicação era muda e surda.

Foi por acaso, por mero acaso. A distracção tinha-se apoderado de mim, e naquele dia eu não dançava ao sabor do silêncio e da calma. Olhava o céu, e piscava o olho ao tímido sol que cada vez mais se escondia. As meninas não notavam que estava ali, parada a admirar o sol, passavam por mim, com os seus cabelos a voar.

Andava, olhando o céu, dando confiança ao caminho que sempre fiz. E do nada, embati contra ela. Pequenina, frágil. Ali parada ficou a examinar-me de alto a baixo.

E desde aquela tarde que tinha tudo para ser banal, percorremos caminhos desconhecidos. Enfrentamos mais folhas de Outono. Enfrentamos ventos atrevidos, que nos acariciavam. Enfrentamos dificuldades, ciúmes, inveja, raiva. Enfrentamos ideias loucamente construídas. Relação de amor–ódio, onde a demência se afirma.

E agora, após aquelas controvérsias todas, posso afirmar : amo-te


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Principezinho

Por vezes o certo é errado, o sol faz chuva, e o ódio torna-se amor.

Uma palavra tem dois significados, os sorrisos provocam lágrimas, e até da mais pequena flor nasce um jardim enorme. Há certezas incertas que me deixam a pensar… Penso tanto que tropeço nos meus pensamentos, caindo em mágoas e ferindo-me em memórias.

As sensações que tenho são contraditórias, o que aumenta mais as probabilidades de quedas a que sou sujeita. Mas há certezas fixas no meu consciente que não se apagam com apenas lágrimas. Há certezas que me deixam segura que não estou demente, nem a viver o irreal.

O mundo em que vivemos está repleto de gente fútil, normal, sem um toque de brilho… Gente culta no saber, e ignorante no sentir.

Há sempre um mas, e tenho que sublinhá-lo: Mas tu és diferente, és peculiar.

Rapaz com espírito de criança, que vive a realidade em sonhos. É parvo, tapado, exagerado, mas são esses defeitos que o tornam único. A conjunção dos defeitos com as qualidades, tornam-te alguém especial.


Βγ βεατяιz Ѕιποεs

10 simples coisas

10 Simples Coisas
* Sentir a felicidade efusiva de uma criança;
* Poder acreditar em sonhos, contos, em fadas;
* Ser abraçada, amada, viva;
* Enfrentar os medos cara a cara;
* Ter o dom de voar com a alma;
* Saborear o meu último doce;
* Poder ouvir as verdades escondidas durante uma vida;
* Revelar segredos, histórias, medos;
* Morrer agarrada à escrita e à música;
* Sentir-me completa e nunca ser esquecida.

Nunca se saber quando será o meu último dia aqui, então realizo estas dez simples coisas todos os dias.

Contagio-me com a alegria honesta de uma pequenina criança. Acredito vivamente em sonhos, em contos, em pequenas fadas, em verdadeiros sentimentos. Sinto-me amada, viva, exijo meigamente gestos de amor. Enfrento de espada à cinta o medo da perda, do limite, o medo de ser esquecida. Todos os dias, a minha alma solta-se e voa até à lua, até ti. Saboreio os doces oferecidos, todos os dias, através de gestos, sorrisos palavras. Ouço verdades meigas, cruéis, honestas que me obrigam a pensar. Revelo histórias nunca contadas, segredos nunca antes descobertos, medos nunca demonstrados, mostro um pouco de mim, a cada segundo. Morro silenciosamente, então agarro todos os dias as mágicas palavras e doces sons que melhoraram a minha vida terrena. E todas as noites, sinto-me completa, por ter executado cada desejo que tinha. As memórias de importantes conquistas, fazem-me acreditar que nunca serei esquecida.

E após todos os dias espero a morte, preparada para fugir deste corpo. Quando o fim me apanhar, posso afirmar que morrerei feliz.


Cada pequeno gesto, pequena aventura, pequena palavra marcam etapas nunca mais ultrapassadas. A vida é para viver um dia de cada vez, aproveitando as suas ofertas *


Βγ βεατяιz Ѕιποεs

Infância

Em pequena esperava ser grande. Ser médica e salvar vidas, voar e alcançar o céu. Em pequena julgava ser princesa de histórias de encantar, ter asas e o dom de sonhar.
Em pequena sentava-me no jardim, a admirar e a contar as estrelas prometendo que um dia chegaria ao fim na contagem. O vento fazia-me carícias e os doces aromas inundavam o meu pequenino coração, fazendo com que sonhasse com o final do meu conto de fadas. Sob a Lua dançava, ao sabor da música dos discretos grilos, e a luz dos pirilampos iluminava todo o jardim. Receosa mas confiante vasculhava nos estreitos caminhos das memórias e dos sonhos, tentando perceber o mistério que era a minha história.

Todos os dias jurava que anos mais tarde, me sentaria outra vez naquele pequenino e escondido jardim, e voltaria a ser criança, voltaria a sonhar sem fim. Dançaria sob o olhar protector da Lua, tocando nos pirilampos, relembrando a minha infância. Mas agora, aqui sentada não consigo cumprir as promessas já feitas. Tudo tinha mudado desde a última vez que tinha estado aqui. Agora a Lua esconde-se atrás das nuvens, tímida, com medo da noite. Os grilos já não cantam por gosto. Os pirilampos perderam o seu encanto. O vento já não acaricia como antes, é frio no seu tocar. Os aromas desapareceram e o cheiro urbano está no ar. A contagem não acaba pois a força de vontade tem vindo a perder-se.

Triste e saudosa, sentada aqui, choro lágrimas de saudade dos dias mais pequenos e felizes da minha vida. Saudade dos tempos de criança, dos sorrisos verdadeiros, dos dias gloriosos de sonhadora. Lágrimas que nunca secarão, pois eu não deixarei. Todos os dias à noite chorarei, para homenagear a infância longa e feliz que tive. Lágrimas de Cloreto de Sódio que ao tocar na minha branca e límpida pele, tornar-se-ão em pequenos e valiosos cristais.

Porque as saudades actualmente reinam o meu conto de fadas, que começou a 13 de Abril de 1995 :')

Βγ βεατяιz Ѕιποεs

O limite

A cada passo que dou, a cada segundo que passa, a cada palavra que verbalizo, sinto que o fim se aproxima. Estende-me a mão para que possa aceitar o limite de viver, mas eu nego-a. Vou negar. Vou negar até a última lágrima secar, até a memória mais remota se esquecer. Vivo para sentir a dor, a felicidade, o medo, a glória. Vivo para me sentir atravessada por variadas emoções. Vivo para amar, amo para viver. Mas quando essa última lágrima secar, fico imune a sentimentos. Quando essa memória se esquecer, serei também eu esquecida. Tomo esse último passo, vivo esse último segundo, gasto a minha última palavra: ‘limite’. Aceito a mão, convicta do fim, e assim finalmente acabou a vida. Vivi para atingir o limite.

Βγ βεατяιz Ѕιποεs

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Baú de Memórias Gratas

O dia começava tão tarde, e acabava tão cedo. O sol acordava e adormecia em poucos momentos. E a lua? Perdia o brilho cada vez que eu enfraquecia. Se calhar não era a lua que perdia o brilho, era eu que já não apreciava a sua beleza. A dor era poderosa e insistente, queria ganhar esta guerra que já estava perdida, mas quem tinha perdido era eu. A dor lutava, com o objectivo de não só me debilitar, mas também de me devastar por completo. Os dias passavam em silêncio, as horas apressadas determinavam a minha existência. Lágrimas fluíam nas faces da minha personalidade perdida no desespero de viver. Viver, correr, fugir do mundo, acabar no paraíso inexistente. Apenas as dúvidas e as saudades eram concretas.

Decidida a morrer, abri o baú de memórias e prendi-me às lembranças que há tanto foram esquecidas, mas a pouco e pouco voltavam tímidas. Agarrei-me às mágoas tão certas, às histórias nunca contadas, agarrei-me ao pouco pedaço de vida que ainda existia. Mas perdi a batalha, e mesmo assim começo a combater com a morte. O perigo que me espreita a cada esquina… Sei que o passado é história, é tarde demais para vivê-lo, mas quero ouvir de novo aquelas palavras doces que tantos me diziam, quero de novo sentir as paixões perdidas por medo de viver. As tardes trancadas a sete chaves no baú, as tardes de praia com aquela companhia tão imaginária, sentada nas dunas perdidas à beira mar. A minha vontade de chorar por míseros problemas, por meras discussões, tornando tudo uma tempestade num copo de água. Aquela vontade de esquecer o mundo e apagar as pessoas que faziam parte do meu ser. Pecado…Pecado condenável. Queria fazer desaparecer pilares que davam estabilidade ao meu palácio de emoções, e desmoronou. Foi esse erro irreparável que mudou o que não queria. As minhas lágrimas juntaram-se com o mar, às tristezas dos homens das ondas, às mágoas das famílias desfeitas, às vitórias das tempestades.

Dias que parecem longínquos, mas que valeram a pena…E apercebi-me que tudo na vida faz sentido, tudo vale a pena até uma rejeição. Benditas lágrimas que me tornaram forte, e hoje? Não choro, não sinto, não amo. Estou imune a sentimentos, apenas imune ao que me fez quem sou, não sou imune à doença, infelizmente.

Βγ βεατяιz Ѕιποεs

Medo de Sorrir

Acordei sobressaltada, num mísero quarto de mobília carunchosa de ar imponente, com medo da realidade, pensado que ontem fosse história, mas não era… Estava realmente a viver uma dor absorta, que me esmagava o coração de cada vez que respirava. Sentia-me a ferver, e o que queria dizer não saía, estava muda de espanto. Olhei em volta, e estavas ali: frágil e pequenina, desprotegida do mundo. Queria abraçar-te, queria mimar-te, mas apenas tive coragem de te dizer: “Agora está tudo bem, eu estou aqui”. Mas nada estava bem, nada batia certo. Sorriste-me de uma maneira convincente e confiante do que ouvias, tinhas acreditado numa mentira inocente. Nada estava correcto, era tão injusto estares a passar por um momento destes.

O sorriso que pendia da tua carinha de felicidade fingida, aumentou a dor que estava a viver dentro de mim… mais muda ficava de cada vez que te admirava. Mas não queria piorar a situação e sorri-te de um modo agressivo e medroso. Agarraste-me com um olhar de compaixão, abraçando-me de uma maneira doce, esboçando o sorriso sincero de que tanto gostava.

Não me contive, apenas queria desaparecer daquele sítio, não te queria ver sofrer por algo de que não tinhas culpa. Aprisionei-te nos meus braços, apertando-te contra mim para que não pudesses notar que estava a chorar. Sequei as lágrimas, sorri-te outra vez e tentei dizer-te com convicção: “Tudo irá passar, eu protejo-te”.

Eu? Como a poderia proteger? Que má actriz que era… Podias ser pequenina e frágil, mas a coragem que vivia em ti conseguia suportar até a mais penosa das desilusões, eras a minha heroína. O teu coração tinha sido estilhaçado, e esse processo ainda nem tinha chegado ao fim, mas tu lutavas como uma guerreira para convencer a felicidade que o seu lugar era a teu lado. Coração estilhaçado, quase em pó, mas valioso e ainda esplêndido. Por detrás daquela máscara frágil, havia uma verdadeira lutadora, que tinha os seus dias de guerra contados.

Este pesadelo cada vez se prolongava mais, sem fim, como um buraco negro no universo.

Então percebeste que haviam lágrimas a fluir-me na cara, aconchegaste-me e enlaçaste-me num calor viciante de que eu não queria sair. Queria pressionar no botão do stop parar aquele filme dramático, ou então fazer replay e voltar aos momentos de felicidade.

Eu queria acariciar-te, confortar-te, amar-te até ao fim dos meus dias. Desejava capturar-te deste filme que não teria fim, mas sou apenas humana certo? Então pretendia ficar abraçada contigo até ao fim do nosso sofrimento, naquele mísero quarto, com mobília carunchosa, de ar imponente.


Βγ βεατяιz Ѕιποεs

Cultura de Sentir

O problema é aceitar as saudades. Saudades de quem está longe, de quem está perto, de quem não conheço. Mas são saudades inevitáveis, uma alma perdida que me abeira assim que sinto que estou longe, diferente, ou até debilitada. Não acabam, torturam-me. Não se calam, o ruído é demasiado silencioso. Não se vêm, escondem-se em memórias recentes, ou até desejos. Fria tortura, alma sem corpo, que encanta e me faz sentir o vazio no meu peito. Fazem-me lembrar quem não quero, obrigam-me amar quem não desejo. Peço segundos, minutos, horas de descanso, e esta tortura aparece. Há excepções, mas as saudades que me invadem são unânimes. Sinto falta do inimigo, falta das batalhas, falta das vitórias, sinto falta do amor inexistente. E uma de cada vez, as memórias aparecem, assaltam a minha mente, tornam leves sorrisos em pesarosas lágrimas. Mais do que ouvir, gosto de dizer. Mais do que sentir, gosto de amar. Mais do que morrer, eu quero viver. E a cada dia morro, silenciosamente, mas morro feliz.

Βγ βεατяιz Ѕιποεs

Amar

Escolhemos quem queremos amar, mas amamos quem não escolhemos.

Se te amar, não penses que é por querer, foi apenas uma coincidência. A magia dos sentimentos levou-me a valorizar-te mais, desculpa se não querias.
Aceitaste-me sem me conhecer, sem me criticar. Amas-me por ser quem sou, por sentir o que sinto. Defendes-me mesmo quando estou certa ou errada. Criticas-me para me acordares, e não para me magoares. Gritas-me para que eu ouça o que não quero ouvir.

Beijas-me para que sinta o que receio sentir. Abraças-me para me segurares quando estou a cair. Continuas aqui porque sentes o que sinto.
A ti apenas te posso dizer: obrigada.

A lágrima que deixei cair, contigo foi evaporada. O medo que eu desenhava, contigo foi apagado. O sorriso que encerrava, contigo foi libertado. O sentimento prisioneiro no meu cofre, contigo foi descoberto.
Deixa-me sentir que sentes o mesmo. Deixa-me notar que queres continuar com tudo o que construímos.

Como um pequeno e frágil barco no mar, navego procurando conforto, procurando equilíbrio numa tempestade sem fim. Fui levada pelas correntes, deixada ao sabor das ondas, sem destino, sem futuro. Até que avistei terra, e o porto seguro lá estava. Atraquei, com receio do que ia acontecer, mas aceitei as consequências da confiança que lhe depositava, após aquela tempestade queria de novo a serenidade.

Contigo de novo aprendi a ser feliz.


Βγ βεατяιz Ѕιποεs

Errar é Humano

Errar provavelmente é das coisas mais humanas e autênticas que hoje em dia existe. Erram por inocência, raiva, ou até mesmo amor. Mas errar é a base de uma casta de males que nos assombra, que torna tudo mais delicado. Fácil é perdoar, difícil é esquecer. A confiança é quebrada, e consequências piores acontecem, mesmo quando se perdoa. Perdoamos, a pensar que também esquecemos, mas é mentira. O passado e o presente andam lado a lado, de mãos dadas. Palavras proibidas se soltam, provocando um “sismo” no erro já aparentemente esquecido. E assim tudo voltou ao início, o erro de novo aparece, e o sofrimento faz-se de sua companhia.

A decepção encaixa-se na nossa mão, e quanto mais a apertamos mais nos faz sofrer, mas é impossível não apertar. O medo controla-nos, apertamos para esquecer, apertamos para a fazer desaparecer, mas cada vez cresce mais.


Os erros que a mente esquece, o coração guarda.

Βγ βεατяιz Ѕιποεs

O mundo é o reflexo de ti

O mundo é o reflexo de ti, das tuas ideias, dos teus medos. Um espelho que te demonstra a realidade que queres ver, a realidade grotesca que pensas que existe. Não, nada é perfeito, mas também se fosse qual era a piada? Pára e pensa. Materialistas, hipócritas, sem escrúpulos: somos nós humanos. Todos temos essa veia maléfica, mas nem sempre essa nódoa negra aparece à superfície. Temos os mesmos defeitos, qualidades, talentos… mas o dom de controlar tudo isso, é diferente de pessoa a pessoa. Se eu consigo dominar os ciúmes, tu consegues dominar a raiva, percebes? Eu amo o Homem, seja ele um monstro, mas amo-o porque faz parte de quem sou. As cidades, a Natureza, é apenas o espaço em que decorre as acções que fazemos. Não importa onde estamos, mas sim como estamos e com quem estamos.
Deixa essa vista negativa, já notaste que até o mais profundo defeito tem o seu encanto? Ciúmes, demonstra o quão gostamos de algo ou alguém. Vingança, maneira de expressar o teu lado mais selvagem que te liberta da tua mente racional. Só te aviso que não te deixes controlar por eles, controla-os tu. Uma chama de inveja inunda os olhos de quem se deixa dominar. E infelizmente este mundo está repleto de pessoas dominadas e domesticadas por este sentimento que faz destruir a Humanidade. Por vezes sentes-te livre, mas não passa de um pensamento. Nunca fomos nem seremos livres, há maneiras de sentir-se livre, mas saber o que é na verdade, é completamente impossível. Só é livre, quem é perfeito. Quem não se cega pela inveja, quem não se cala pela vergonha, quem não ouve pela teimosia. Livre é a nossa mente que viaja mundo, e nos dá ordens que seguimos. A liberdade acabou quando o mundo começou.

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Folha de Papel

A caneta dançava na folha vazia da minha vida. Fechei os olhos, deixei-me guiar. Perdi-me nas linhas fúteis. As palavras que assombravam a minha existência, tomaram controlo da minha mão. Já não era quem pensava ser. Enquanto a minha mão deslizava naquela folha branca, traços eram desenhados, palavras pintadas, e sentimentos relembrados. Os segredos que ninguém sabia que existiam, foram ali revelados, sem medos nem preconceitos. Estava a ser descoberta por uma simples e banal caneta, que tomou controlo de mim, e da minha privacidade. As histórias que escondia, foram contadas sem pingo de piedade. Os meus defeitos sublinhados, as qualidades subestimadas, os meus medos soltos. A minha voz sentiu-se presa, farta de ser usada, os pensamentos revoltaram-se, e agora viajo num mundo de palavras sinceras e objectivas. Era feitiçaria negra, o meu íntimo virou-se contra mim, vi-me invadida, perdida, demasiado dita. Devagar abri os meus olhos, as ilusões embrulhavam-me num manto de sonhos e irrealidades. Não queria enfrentar a mudança que agora sofria, fechei os olhos mais uma vez. Sei que há momentos que não se evitam, mas as lágrimas já fluíam na minha cara, e sinceramente não desejava enfrentar esta revolução de verdades. Sei quem sou, ninguém me fará duvidar de mim, não meras palavras, vulgares riscos ou até mesmo sentimentos. As lágrimas evaporaram, um sorriso se formou, e enfrentei os meus medos. Sim, deixei-os soltos, para que se perdessem e não voltassem. Não tinha respostas, mas tinha muitas questões. Certezas eram poucas, mas as dúvidas eram muitas. Com determinação larguei a caneta que me guiava, e risquei as frases que traçavam a minha vida.

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A ausência

A ausência faz de mim uma perdida, afastada deste mundo. A minha selvagem alma, solta ao vento, voa até atingir o limite que espera não encontrar. Olhas-me nos olhos, que vês? Vazio de morte.

Quem sejas, onde estejas, aparece. Não te conheço, mas já te quero.
Desejo louco, que me torna cega de ilusões, quero-te, aqui, comigo, tu que agora não estás.

Odiar-te é muito. Venerar-te é pouco.

Alcanço com os meus olhos, a tua mente. Complexo, irreal. Reflexo do desconhecido, seguido pela sombra perfeita da noite e do dia.

O mar vê-se através dos seus olhos azuis esverdeados. O céu sente-se ao imaginar o seu poder.

A minha alma voa à tua procura e aqui estás perante mim. Admiras-me de uma maneira subtil, e eu olho-te com espanto. As palavras perdem-se na garganta, os sorrisos escondem-se.

‘Olá inocência’, pensei num sussurro leve.
Quem fui? Quem sou?

A rapariga do espelho ainda me olha atónita. Quem é, porque tanto a desejo?
Desejo-a, de novo. Maria-rapaz, inocente, corajosa e determinada. Um tanto ou quanto mágica, diferente.
Perdi-a, para sempre.

E agora aqui a olho, reflectida ali no espelho. Silenciosamente caio, nos olhos de quem me conhece, caio nas graças da minha infância.

Infância, doce infância. Sonhos perdidos jamais sonhados. Desejos esquecidos com o tempo. Objectivos cada vez mais vigorosos.

Mas o tempo não volta atrás, e o caminho já está traçado. Então digo “adeus inocência, olá desconfiança”


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Desilusões

Podes pensar que por ser diferente, sou uma aberração. Que por lutar pela minha vida, deixando o que perdi, é uma desistência. Mas se ficar parada no passado com esperança que voltará, nunca mais serei feliz. E eu preciso de provar a felicidade, de senti-la, pelo menos uma vez. Preciso de aprender a levantar-me com a cabeça erguida, para que na próxima queda já saiba o que fazer.
Eu quero ter certezas, quero ter estabilidades, e não viver numa tempestade em que o barco está constantemente em risco de naufragar. Preciso de impor a bandeira branca que tenho na mão, no meio do campo de batalha. Quero gritar ao medo e à raiva que a batalha está ganha, e fui eu que sai vitoriosa por querer a paz entre nós. Quero aprender a compreender os factos, os porquês da vida, os senãos e os mas, que mais tarde perceberei, e aceitarei mais facilmente.
Então vou seguir em frente, vou aprender a ser feliz, e quando o for realmente, irei novamente encontrar-me com o passado, meter-lhe a língua de fora e mostrar-lhe que não me assombrou o futuro.
Talvez fosse bom assim, sofrer por desilusão, sofrer por ter demasiadas expectativas… Torna-me mais ponderada, e consciente, ajuda-me a ser mais forte, e prudente.
Aprender, é o verbo mais significante na vida. Ensinar é o verbo mais difícil de conjugar. Ambos, juntos mostram-nos um mundo, nosso e ao mesmo tempo da sociedade em geral. Tiro a pequena conclusão desta desilusão: eu quero aprender, para depois ensinar. Ensinar a sofrer, e chorar. Ensinar a confiar, e a odiar. Ensinar a amar e compreender. E só poderei fazer isso com a aprendizagem de uma vida cheia de obstáculos.

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Catastróficos Presentes


Por vezes prejudicamos quem nos dá a vida, e nem um agradecimento pela nossa existência lhe damos. É vingativa, mas realista. Acaba por voltar a dar o que lhe oferecemos, e por vezes esse presente desagradável é dado a quem menos precisa. Não culpes o mar, o ar, o fogo, a terra pelas nossas acções, porque quem tornou a natureza numa arma letal fomos nós, os humanos.

Designam-nos como seres racionais. Racionais? Porque pensamos? Porque temos duvidas? Porque sentimos? Cada vez mais o humano é imune a sentimentos, é enfraquecido pelas dúvidas, acabando por deixar de pensar correctamente. Sabemos o que fazemos? Se assim fosse porque somos assassinos da nossa casa, do nosso mundo, da nossa vida? Por vezes apenas sofremos o que merecemos, mas sofremos sempre pela parte mais fraca.

Seremos fortes, capazes o suficiente de construir de novo a vida de milhares de pessoas? Seremos solidários que chegue para ajudar a limpar todas as lágrimas? Seremos corajosos ao ponto de dar a nossa mão a quem necessita?

Existem mais de mil questões, mas as suas respostas apenas aparecem quando a natureza se limita a intervir.

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