uma boca cheia de palavras

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Cultura de Sentir

O problema é aceitar as saudades. Saudades de quem está longe, de quem está perto, de quem não conheço. Mas são saudades inevitáveis, uma alma perdida que me abeira assim que sinto que estou longe, diferente, ou até debilitada. Não acabam, torturam-me. Não se calam, o ruído é demasiado silencioso. Não se vêm, escondem-se em memórias recentes, ou até desejos. Fria tortura, alma sem corpo, que encanta e me faz sentir o vazio no meu peito. Fazem-me lembrar quem não quero, obrigam-me amar quem não desejo. Peço segundos, minutos, horas de descanso, e esta tortura aparece. Há excepções, mas as saudades que me invadem são unânimes. Sinto falta do inimigo, falta das batalhas, falta das vitórias, sinto falta do amor inexistente. E uma de cada vez, as memórias aparecem, assaltam a minha mente, tornam leves sorrisos em pesarosas lágrimas. Mais do que ouvir, gosto de dizer. Mais do que sentir, gosto de amar. Mais do que morrer, eu quero viver. E a cada dia morro, silenciosamente, mas morro feliz.

Βγ βεατяιz Ѕιποεs

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