A ausência faz de mim uma perdida, afastada deste mundo. A minha selvagem alma, solta ao vento, voa até atingir o limite que espera não encontrar. Olhas-me nos olhos, que vês? Vazio de morte.
Quem sejas, onde estejas, aparece. Não te conheço, mas já te quero.
Desejo louco, que me torna cega de ilusões, quero-te, aqui, comigo, tu que agora não estás.
Odiar-te é muito. Venerar-te é pouco.
Alcanço com os meus olhos, a tua mente. Complexo, irreal. Reflexo do desconhecido, seguido pela sombra perfeita da noite e do dia.
O mar vê-se através dos seus olhos azuis esverdeados. O céu sente-se ao imaginar o seu poder.
A minha alma voa à tua procura e aqui estás perante mim. Admiras-me de uma maneira subtil, e eu olho-te com espanto. As palavras perdem-se na garganta, os sorrisos escondem-se.
‘Olá inocência’, pensei num sussurro leve.
Quem fui? Quem sou?
A rapariga do espelho ainda me olha atónita. Quem é, porque tanto a desejo?
Desejo-a, de novo. Maria-rapaz, inocente, corajosa e determinada. Um tanto ou quanto mágica, diferente.
Perdi-a, para sempre.
E agora aqui a olho, reflectida ali no espelho. Silenciosamente caio, nos olhos de quem me conhece, caio nas graças da minha infância.
Infância, doce infância. Sonhos perdidos jamais sonhados. Desejos esquecidos com o tempo. Objectivos cada vez mais vigorosos.
Mas o tempo não volta atrás, e o caminho já está traçado. Então digo “adeus inocência, olá desconfiança”
Βγ βεατяιz Ѕιποεs
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