uma boca cheia de palavras

domingo, 21 de fevereiro de 2010

"amo-te"

Um leve sussurro fez desabar o meu imperfeito mundo. “Amo-te” – disseste-me com uma suavidade surpreendente, eras irreal, só o podias ser. Envolveste-me com uma torrente de belas e doces palavras: “És a vida. A minha base. Amo-te”. Estava completamente perdida. Queria acordar deste sonho que não tinha fim, queria voltar ao meu mundo, ao meu imperfeito mundo.

Fiz um gesto de reprovação, e com esplêndidos sentimentos agarraste-me com tanta firmeza, não conseguia sair daquele momento. Estava aturdida, como se tivesse mergulhado num mar de tentações reinado por ti. “Abre os olhos! Acorda!” - gritei para mim, num grito surdo que não conseguias ouvir.

Não, eu não queria acordar, não queria deixar voar o meu sonho.

Voltaste a sussurrar: “És o meu mundo.” Comecei a conter as lágrimas que querias que derramasse. “Nunca me deixes” - pensei. Quem era eu? Já não me conhecia, tu tinhas-me baralhado com tamanha astúcia.

Era inevitável. As lágrimas inundaram os meus olhos. Tocavam-me na pele queimando-me. A dor que sentia fez-me perceber que tudo era real. Agora não tinha medo que o sonho acabasse, mas sim medo de te perder.

Num acto desesperado agarrei-me ao que me dizias com cuidado e determinação. Já não queria esquecer. Queria parar neste momento. Queria viver isto, vezes sem conta.

Notei que as tuas palavras transformavam-se em sentimentos quando alcançavam o meu coração. Peguei-te na mão e conduzi-te à minha varanda, e gritei ao mundo que era feliz.

Βγ βεατяιz Ѕιποεs

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